quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Blind Guardian - At the Edge of Time

Eis que após um ‘A Twist in the Myth’ muito pouco conseguido em contraste com a boa carreira dos germânicos Blind Guardian, eis que a banda regressa com um trabalho grandioso com diversas passagens épicas.

Para os mais distraídos, os Blind Guardian são uma das principais bandas de Power Metal de sempre ao lado de nomes como Helloween, Stratovarius, Gamma Ray e os seus digamos principais, ou melhor dizendo mais bem conseguidos albums são o ‘Somewhere Far Beyond’ (1992), ‘Imaginations from the Other Side’ (1995) e o ‘Nightfall in Middle-Earth’ (1998), nestes cds a sonoridade da banda ficou bem vincada com os muitos arranjos orquestrais e os riffs bem pesados mas com muita melodia, e é neste ‘At the Edge of Time’ que a banda regressa á boa forma, segundo a banda cerca de 95% do que se ouve é tocado por instrumentos verdadeiros autênticos. Para o caso da “Sacred Works” e a “Wheel Of Times” - os temas que abrem e fecham este registo - a banda foi a Praga, eles gravaram ambas quase por inteiro com músicos da Orquestra do Estado Checo e o resultado tal como se pode verificar ficou excelente e a banda ficou muito agradada com o resultado obtido. Depois também existem passagens meio orientais que foram feitas por um violinista Turco, músicos de inspiração irlandesa na “Curse My Name” e a banda ainda tratou de arranjar um pianista e um piano a sério para a “Road of No Release”.

Pois bem vamos la então falar do cd, “Sacred Worlds” (é a musica do video, o vídeo é do jogo ‘Sacred 2’) tem uma entrada orquestral mesmo a dar o início a mais uma jornada épica da parte dos Blind Guardian, os arranjos orquestrais estão simplesmente épicos, a banda juntamente com a Orquestra do Estado Checo criaram aqui um monumento que irá certamente figurar nos concertos de promoção ao novo trabalho. “Tanelorn (Into the Void)” e a “Ride Into Obsession” é um regresso ao passado com refrões poderosos e com uma sonoridade meio Thrash meio Power muito rapida.“Road of No Release” é uma daquelas músicas que é em crescimento, primeiro tem uma introdução com piano e a musica vai subindo de nível ate ao fim em que está cheio de refroes bastante melódicos com coros á mistura.

“Curse My Name” é baseada no livro de John Milton, ‘The Tenure of Kings and Magistrates’ (O Mandato dos Reis e Magistrados), no livro ele diz como um Rei se deve comportar e ainda legitima o assassinato do Rei se ele não exercer as suas funções. Quanto á musica em si é a primeira balada do álbum com um ambiente medieval/celta tal como a banda o sabe fazer e os instrumentos usados são do mais variado, entre eles flautas, flauta de sopro e harpas. A partir do minuto 2:30 quando a banda embarca num som mais ‘Folk’ é onde se vê as muitas influências da banda, para quem conhece a carreira da banda a fundo irá notar o enorme cheiro á ‘The Bard's Song’, é um dos maiores clássicos da banda e é do cd ‘Imaginations from the Other Side’.



“Valkyries” e “Control the Divine” fazem-nos lembrar os trabalhos mais recentes da banda, ‘A Night at the Opera’ e o ‘A Twist in the Myth’, as musicas parecem vir desses trabalhos mas a sua composição ta muito boa, é sinal de que a banda so teve uns percalços de percurso nesses cds e que agora está de volta ás grandes musicas. “War of the Thrones” é a segunda balada do registo em que durante os versos só se ouve dois ou três instrumentos e que nos refroes são usados o maior numero de instrumentos possíveis para dar um ar de alegria a uma musica que tem momentos de tristeza, a musica é inspirada na saga de fantasia ‘A Song of Ice and Fire’ de George R. R. Martin e relata

“A Voice in the Dark” foi o single de avanço de promoção ao cd, nesta música a banda regressa inteiramente ao passado, guitarras bem pesadas e rápidas e refroes melódicos e Hansi Kürsch a mostrar que tem uma das melhores vozes de sempre. Tal como a “War of the Thrones” esta musica também é inspirada na obra de George R. R. Martin e conta a historia de Bran Stark que é uma das principais personagens da obra. “Wheel of Time” desde o inicio é notório que é a musica mais ‘oriental’ deste registo, tem momentos em que pela parte instrumental parece que estamos a ouvir uma musica dos Metaleiros Israelitas Orphaned Land. Segundo Hansi Kürsch: “Esta música é sobre a saga "Wheel of Time" (que já conta com 12 livros e mais a caminho) de Robert Jordan, mas principalmente é sobre a verdadeira fonte de poder que controla todos os homens que têm esse poder de modo que não há hipótese de um homem para se tornar o mestre da verdadeira fonte.”

Esta musica que vou falar agora nao vem no cd normal mas é uma das musicas que vem com o single “A Voice in the Dark”. “You're the Voice” é uma cover cuja original é da autoria do cantor de Pop Australiano John Farnham, a musica original já é épica com refroes fortes mas os Blind Guardian deram-lhe o seu toque pessoal e tornaram-na ainda mais épica e que certamente que se a tocassem iriam conseguir por o publico todo a cantar em uníssono “You're the voice try and understand it / Make a noise and make it clear / Whoa oh oh (ooOooOo…) / We're not gonna live in silence / We're not gonna live in fear / Whoa oh oh (ooOooOo…)”.

Nota final: 8.8/10

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