segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Opeth + Pain of Salvation no Incrível Almadense 20/11/2011

Após a vinda ao Vagos Open Air deste ano como cabeça de cartaz, os Opeth confirmaram mais uma presença no nosso país ainda este ano, algo que pôs muita gente em sentido, principalmente os que não puderam ir ao V:O:A. Com eles vieram os conterrâneos Pain Of Salvation, uma banda com uma carreira de respeito dentro do Prog Rock e que também já tem uma base de fãs bem grande, a prova destes factores todos foi o concerto ter esgotado umas quantas semanas antes da sua realização.

Antes de começar a falar na prestação dos Pain Of Salvation tenho que referir que eles deixaram muita gente de boca aberta, em 45 minutos fizeram melhor que certas bandas com concertos de 2 horas. Energia deixada em palco, comunicação banda-publico, o público respondeu o melhor que pode fosse com palmas e coro a acompanhar as músicas.

Os Pain Of Salvation trouxeram no bolso a sua mais recente proposta, Road Salt Two, a segunda parte da temática Road Salt que começou o ano passado com o Road Salt One, ambos os registos foram os que mais músicas emprestaram a este segundo concerto em terras lusitanas, sendo o primeiro e único em 2001. “Softly She Cries” e uma “Conditioned” com direito a saltos do publico com a “Ashes” do The Perfect Element, Part I lançado em 2000 a ser interpretada no meio das musicas do álbum lançado este ano, abriram o mote para um grande concerto da banda da mesma origem dos Opeth, a Suécia.

Uma bela “1979” e “To the Shoreline” cuja sonoridade parece saída de um filme de western mostraram a quem não os conhecia a sua versatilidade no que toca a compor. De um dos mais aclamados albums da banda, o Scarsick a banda foi buscar a “Kingdom of Loss”. Para o fim a banda ficou-se pelo Road Salt One com a frenética “Linoleum” e a divinal “No Way”, foi o encerramento perfeito para um concerto, mesmo tendo sido curto foi muito bom do princípio ao fim.

Apos a atuação dos Pain Of Salvation duas coisas eram certas, os Pain Of Salvation tem mais que capacidade para vir em nome próprio ao nosso pais, em palco eles tem uma atuação muito solida e nesta noite eram raras as pessoas que não os conheciam, o outro ponto é que quem pós este concerto no Incrivel Almadense certamente que não deve conhecer o estatuto que ambas as bandas tem a nível mundial, a cerca de um mês do concerto os bilhetes esgotaram e durante dias e ate mesmo á porta do recinto, varias pessoas procuraram por um bilhete mágico, se isto tivesse ido parar ao Coliseu dos Recreios certamente que iria ter uma sala bem composta na mesma.

Softly She Cries
Ashes
Conditioned
1979
To the Shoreline
Kingdom of Loss
Linoleum
No Way

Apos um curto intervalo para se retirar o material dos Pain Of Salvation eis que chega a hora da que tem sido uma das melhores bandas de metal dos últimos anos, os Opeth. Banda cuja carreira já teve muitas sonoridades, Black Metal, Death Metal, Rock, tudo isto com muito prog e folk pelo meio. Atualmente a banda anda virada para uma sonoridade mais prog dentro do rock dos anos 70’ como se pode constatar na sua ultima proposta, intitulada Heritage, um álbum que conseguiu dividir ainda mais os fãs do que o Damnation quando foi lançado em 2003.

“The Devil's Orchard”, o single de lançamento do Heritage abriu um concerto que ficou marcado pela falta de músicas com voz gutural, algo muito criticado por alguns fãs da banda, mas nem foi isso que impediu que o Incrivel Almandese esgotasse. Após uma execução eximia da “The Devil's Orchard”,Mikael Åkerfeldt, eterno líder dos Opeth mostrou o seu humor característico, “nós somos a banda do bilhete.. e se querem ver fogo de artificio vão ver um concerto dos Kiss”.

A assombrosa “I Feel The Dark” seguida da mais que obvia mas adorada “Face of Melinda” mostrou aos Opeth que já tinha o público mais que rendido. Apos uma longa salva de palmas a banda quis presenciar o publico com algumas palhetas e pelo meio vários pedidos foram feitos pelo publico para a banda tocar certas musicas, “Blackwater Park”, “Ghost Of Perdition” e “The Moor” foram algumas ouvidas a qual Mikael respondeu prontamente “please, no requests”. “Porcelain Heart” com Martin "Axe" Axenrot a ter dito a uns minutos para mostrar o que vale pôs alguns dos presentes a fazer air drums.

“Nepenthe” abriu as portas para um segmento de som acústico que se prolongou com “The Throat of Winter”, uma música feita para o jogo God of War III, neste momento tanto Mikael Åkerfeldt como Fredrik Åkesson estavam a tocar guitarras acústicas. Regresso ao passado, mais concretamente a 1998 e My Arms, Your Hearse, “Credence” foi a música escolhida seguida da “Closure” que ficou marcada pelo enorme coro feito no fim, ate a banda ficou surpreendida e parou de tocar só para comprovar que aquilo estava mesmo a acontecer, era visível na cara de Mikael Åkerfeldt, Martin Mendez e Martin "Axe" Axenrot ao olharem uns para os outros que não acreditavam que aquilo estava a acontecer, sem dúvida um momento para mais tarde recordar.

A banda toda é fã de Ronnie James Dio por isso em género de homenagem eles criaram a “Slither”, faixa incluída no Heritage, neste momento headbang era feito por toda a parte do Incrível Almadense. Assim que a música acaba temos mais um momento para mais tarde recordar, ouve-se saído do piso superior um uivo ao qual levou o publico a lançar um forte aplauso. Uma épica “A Fair Judgement” do album Deliverance seguida da atmosférica “Hex Omega” levou a banda para um merecido descanso.

Enquanto a banda não regressava o público lembrou-se de entoar novamente o coro da “Closure”. Com a banda já em palco chega a hora das apresentações da praxe, a apresentação de Martin Mendez ficou marcada pela brincadeira com Mikael em que Mikael pediu a Martin para subir para cima de uma das colunas que estava situada mesmo em frente ao palco, tal como fez Daniel Gildenlöw, vocalista dos Pain of Saltation, no início da noite, Martin recusou-se a fazer tal coisa por isso em género de dizer que aquilo era algo fácil o próprio Mikael subiu á coluna algo que fez o público todo aplaudir o gesto do líder dos Opeth. Com a apresentação de Fredrik Åkesson a brincadeira continuou onde tinha ficado, a pedido de Mikael, quando ele subisse novamente para a coluna, Fredrik faria o movimento característico de Rudolf Schenker, guitarrista dos Scorpions, mais um momento para animar a noite.

Joakim Svalberg, o novo pianista, foi muito bem recebido pelo público, também ele teve o seu momento a solo ao mostrar os cinco diferentes tipos de piano que tinha ao seu redor. Para o ‘gran finale’, Folklore, provavelmente a melhor música do Heritage, deu por encerrado um concerto que vai demorar muito tempo a sair da mente das pessoas que la estiveram. Pormenor final, são com concertos como este que os Opeth tem-se destacado individualmente do resto das bandas de Metal ao terem uma carreira recheada de qualidade e diversidade.

The Devil's Orchard
I Feel The Dark
Face of Melinda
Porcelain Heart
Nepenthe

(Set acustico)
The Throat of Winter
Credence
Closure

Slither
A Fair Judgement
Hex Omega

Folklore

Nota final: é preciso realçar os preços do merch disponível, a tshirt da tour, que tinha na frente a capa do Heritage e nas costas as datas da tour tinha duas versões, para homem e mulher, os preços foram um dos temas de conversa da noite, enquanto que a tshirt para homem custava uns míseros 10 euros, as mulheres, caso quisessem levar uma tshirt de mulher tinham que desembolsar 20 euros.

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