domingo, 21 de outubro de 2012

Anathema + Astra no Paradise Garage 20/10/2012




E eis que tivemos mais um concerto da parte dos Anathema, perde-se a conta das vezes que a banda Inglesa já passou pelo nosso país. Apos um glória passagem pela mítica sala Lisboeta em 2010, o Tivoli e uma passagem muito azarada pelo Vagos Open Air de 2011 onde as falhas de eletricidade destruíram mais de metade do concerto, os Anathema regressaram a um pais, que eles próprios já disseram que sentem algo de especial sempre que ca vem.

A tarde foi muito preenchida á porta do recinto, muito convívio, rever velhos conhecidos, fazer novas amizades, ganhar alguns autógrafos e fotos com alguns membros das bandas que vinham ca fora, isto tudo aliado ao excelente tempo que teve comparado com o que teve durante a semana, melhor início de dia era impossível. Uns minutos antes para se puder entrar no recinto, as pessoas na fila tiveram direito a um pequeno concerto da parte de Daniel Cavanagh quando o mesmo decidiu ligar o seu ipod a uma coluna portátil e por músicas dos Green Day, Coldplay, Abba e Metallica para ajudar a relaxar antes de mais um concerto.

Já dentro do Paradise Garage, o início da noite coube aos Californianos Astra e o seu Rock Progressivo/Psicadelico. Com apenas dois albums, The Weirding de 2009 e The Black Chord lançado este ano, e com bastantes músicas de grande duração, os Astra, com apenas 40 minutos á disposição, foram buscar duas músicas a cada album e deixaram literalmente muita gente que não os conhecia de boca aberta.

Cocoon
The River Under
The Black Chord
The Weirding

Apos uma pequena troca de instrumentos no palco e uma troca de palavras entre o publico em relação ao concerto dos Astra, eis que chega a hora da banda da noite. Melhor início de concerto era impossível com as duas partes da Untouchable a serem tocadas de forma sublime e desde cedo se viu que íamos ter direito a um concerto com o som perfeito e um público pronto para tudo, fosse a cantar as letras ou a acompanhar as músicas com palmas. Qualquer fã de Anthema já se emocionou mais que uma vez ao ouvir uma das muitas músicas do excelente reportório da banda, são inúmeras as músicas deles que nos tocam a nível pessoal e a Dreaming Light é uma delas, emoção e sentimento do início ao fim que levou muitos presentes a deitar lagrimas, na primeira fila, uma fã não se conteve, algo que a banda viu e que fez Vincent Cavanagh descer do palco no final da musica para entregar uma garrafa de agua a essa fã.

Mais de metade da set tocada nesta tour é focada nos dois últimos registos da banda, o We're Here Because We're Here de 2010 e o Weather Systems que saiu este ano, mas claro que a banda nunca esquece velhas glorias, Deep, Emotional Winter e Wings of God foram o trio maravilha retirado do mítico Judgement. Antes de uma magistral A Simple Mistake, Daniel Cavanagh aproveitou novamente o estarem em Portugal, para contar como ele próprio conheceu o multi-instrumentista Daniel Cardoso num concerto acústico em Braga em 2008, seguido disto ouviu-se uma merecida explosão de palmas para um músico que ca ainda é desconhecido por muitos, mas que la fora tem o devido reconhecimento.

Daniel Cavanagh escreveu todas as músicas do Weather Systems exceto a The Storm Before the Calm que foi escrita e composta pelo baterista John Douglas, algo que os manos Cavanagh realçaram ao dizer que quis o destino de eles e os manos Douglas (baterista John Douglas e a vocalista Lee Douglas) já se conhecerem desde os tempos de escola graças a terem estado sentados juntos durante anos na escola devido aos apelidos começarem por letras que são seguidas umas das outras no alfabeto.

The Beginning and the End foi mais uma das muitas que trouxe emoção ao público, entre ouvir a versão de estúdio e a versão ao vivo não tem a mínima comparação, e isto ate é com quase todas as músicas da banda, o que eles conseguem transmitir em palco é mesmo único e difícil de explicar. A Universal do We're Here Because We're Here representa o que são atualmente os Anathema, Rock Progressivo com muita alma, em termos sonoros estão um bocado longe do que a banda era no inicio de carreira, mas a magia e a paixão sempre se mantiveram.

Para a A Natural Disaster foi pedido para se criar um mar de luz, fosse com isqueiros ou telemóveis (na primeira fila alguém segurou num ipad!), algo que foi feito com relativa facilidade, tudo o que esta banda peça os seus fãs estão dispostos a tal para se criar os melhores momentos possíveis. Antes do encore veio a emblemática Flying com um coro digno de registo.

Apos um descanso de poucos segundos a banda regressou para interpretar a One Last Goodbye, uma música que a própria banda disse que não a tocam com frequência e que a deixam só para momentos especiais, vendo que tocaram nas duas datas em Portugal e que durante a tour só a tocaram por mais uma ou duas vezes, é fácil de ver o tipo de relação que a banda tem com o nosso país. Para o final ficou a música das músicas, Fragile Dreams, encerrando mais um grande concerto, sim mais um, no que toca a criar e a tocar musica ao vivo estes senhores e senhora são do melhor que há.

Já ca fora apos o concerto, mais uns momentos para mais autógrafos e fotografias e de se ver a banda a conhecer finalmente os pais do membro mais novo dos Anathema, Daniel Cardoso.

Untouchable, Part 1
Untouchable, Part 2
Thin Air
Dreaming Light
Everything
Deep
Emotional Winter
Wings of God
A Simple Mistake
Lightning Song
The Storm Before the Calm
The Beginning and the End
Universal
Closer
A Natural Disaster
Flying

One Last Goodbye
Fragile Dreams

Para fotos do concerto é só seguir este link: Anathema + Astra no Paradise Garage 20/10/2012

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Vagos Open Air 2012



Pelo segundo ano consecutivo marquei presença na Lagoa do Calvão, Enslaved foi a primeira confirmação que me deixou agradado, uma banda que muito queria ver e que não pude ver na ultima edição do Bracara Extreme Fest. Mas foram as confirmações dos míticos At The Gates e Nasum que me puseram num autêntico estado de ansiedade, duas bandas que eu nunca imaginaria ver na vida finalmente no nosso pais e no mesmo dia, com isto confirmou-se a minha deslocação ao Vagos Open Air.

Os espanhóis Northland embora algo desconhecidos da maioria dos presentes acabaram por ter um receção digna de uma banda que tocasse umas horas depois, muita energia do princípio ao fim que pós em delírio muitos dos presentes, o crowd surf apareceu cedo no V:O:A:.

Where The Heroes Die
Northland
Whispers In The Wind
The Old Town's Inn
Immortal Forest Song
Revenge

Eluveitie aproveitou que o público estava sedento para mais Folk Metal para mostrarem que eles são atualmente a melhor banda do género, com uma set muito virada para o seu último lançamento Helvetios os Eluveitie chegaram, arrasaram e convenceram quem ainda não os conhecia.Com os coros na ‘Alesia’ e a destruição na ‘Kingdom Come Undone’ (com direito a wall of death) do excelente Everything Remains as It Never Was o concerto dos Eluveitie foi muito bom e seguramente fará a banda pensar em ca voltar para uns concertos em nome próprio.

Helvetios
Luxtos
Neverland
Bloodstained Ground
Meet the Enemy
A Rose for Epona
Inis Mona
Alesia
The Uprising
Kingdom Come Undone
Havoc

Que dizer de Enslaved, uma das bandas que mais se tem destacado nos últimos anos graças a registos com uma qualidade enorme. Com uma set extensa os Enslaved mostraram que o Black Metal não é só barulho como muita gente pensa, dentro do espectro Black Metal eles são neste momento das poucas, se calhar ate mesmo única banda que esteve presente no início do movimento e que agora criam música simplesmente única e diversificada mantendo na mesma as características essenciais do género.

‘Ethica Odini’ logo no início foi a intro perfeita para um concerto fora de serie, ‘Ground’ para as senhoras deixou de certeza algumas pessoas que ainda não conheciam Enslaved de boca aberta e a Immigrant Song’ foi sem dúvida um dos momentos do ano, cover mais que perfeita de uma música já mítica original dos Led Zeppelin, o toque ‘Enslaved’ fez um resultado incrível. Para o fim quando se pensava que iriamos ficar pela ‘Allfaðr Oðinn’ a banda toca um dos maiores clássicos do seu catálogo, ‘Isa’ arrepiou e encantou ao mesmo tempo.

Ethica Odini
Raidho
Fusion of Sense and Earth
Ground
Return to Yggdrasil
Giants
Ruun
As Fire Swept Clean the Earth
Immigrant Song (Led Zeppelin cover)
Allfaðr Oðinn
Isa

Em relação a Arcturus apenas digo que não vi o concerto em si, apenas ouvi algumas músicas enquanto jantava e tal como suspeitei, (na minha opinião) ICS Vortex não consegue interpretar as músicas que originalmente foram gravadas com o mítico vocalista dos Ulver, falo de Kristoffer “Garm” Rygg. A minha musica favorita dos Arcturus, a 'Nightmare Heaven', assim que acabou fiquei parvo a pensar no que tinha acabado de ouvir, parecia que tinha sido cantada na zona de campismo por pessoal bêbedo às 4 da manha através de um megafone..

Creio ser impossível discordar quando digo que os At The Gates marcaram a edição deste ano. Assim que a banda se reuniu em 2008, apos mais de 10 anos de inatividade, de certeza que todos os anos, desde que o Vagos se formou, que o festival os tentou puxar ate cá sendo eles a banda mais importante do movimento Death Metal Melódico. A confirmação de ATG vem mostrar uma coisa que o Vagos tem aproveitado sempre que tem sido os regressos e reuniões, em 2009 trouxeram Cynic, 2010 os Carcass, 2011 os Morbid Angel (com um regresso muito criticado), e este ano tivemos uma chuvada, ATG, Nasum, Coroner e Arcturus.

Toda a gente conhece o mítico Slaughter Of The Soul – album que foi tocado quase todo na íntegra – por isso a reação às músicas retiradas desde portentoso álbum fizeram as delícias das pessoas presentes no mosh pit. GO! foi a palavra de ordem para um concerto em que são poucas as palavras que o conseguem descrever. A favorita faixa-titulo, a exuberante ‘Under A Serpent Sun’, a devastadora ‘Suicide Nation’, a inspiradora ‘Blinded By Fear’, a faixa-perfeita-para-arrebentar-com-o-corpo-todo ‘World Of Lies’.. escolham vocês mesmos qual o melhor momento deste mítico concerto que eu não consigo, só sei que nunca mais me vou esquecer do que presenciei.

Slaughter of the Soul
Cold
Terminal Spirit Disease
Raped by the Light of Christ
Under a Serpent Sun
Windows
World of Lies
The Burning Darkness
The Swarm
Forever Blind
Into the Dead Sky
Suicide Nation
Nausea
The Beautiful Wound
Unto Others
All Life Ends
Need

Blinded by Fear
Kingdom Gone

Apos a total destruição que foi At The Gates era de imaginar que seriam poucas as pessoas que ainda teriam forças para testemunhar o concerto dos Nasum e o seu Grindcore, tal coisa veio a acontecer embora muitos corajosos se mantiveram para ver o concerto desta mítica banda e no que toca ao mosh pit mesmo sendo grande contou com um terço das pessoas que tiveram no pit de At The Gates, em relação aos “desistentes” o vocalista Keijo Niinimaa apelidou-os de ‘suckers’ por não terem forças para aguentar mais um concerto.

Sonoridade Grincore e festival ao ar livre.. de certeza que não fui o único a temer que o som iria ser muito mau mas para surpresa das supressas o concerto dos Nasum ate acabou por ter um som melhor que muitos concerto no resto do festival, todos os instrumentos ouviram na perfeição e a voz de Keijo Niinimaa, vocalista dos Rotten Sound prestou a devida homenagem ao antigo vocalista da banda, Mieszko Talarczyk, que faleceu em 2004 no tsunami na Tailândia.

Fecho de noite em grande de um concerto que agradou a muitos presentes que desconheciam Nasum (eu próprio sei de alguns casos), destruição foi a palavra de ordem assim que a fala do filme ‘Andy Warhol's Frankenstein’ de onde a banda retira o nome se ouviu no sistema de som do festival, “..but what we really need now is the perfect.. NASUM”, a partir daqui a banda mostrou quem sempre foram os reis do género, dá mesmo pena que esta mítica banda do Grindcore nunca mais irá atuar ao vivo depois deste ano.

Mass Hypnosis
Scoop
Bullshit
Relics
Shadows
Corrosion
Multinational Murderers Network
Parting Is Such Sweet Sorrow
I See Lies
Tested
Time to Act!
Fury
Wrath
I Hate People
The Black Swarm
Inhale/Exhale

Ao contrario do ano passado na manha de sábado, este ano o tempo esteve perfeito na Lagoa do Calvão, uns quantos raios de sol a romper por entre as arvores enquanto uma brisa suave soprava no ar, melhor era impossível para se estar em boa companhia, começar a trocar impressões sobre o que se viu no dia anterior e aproveitar para fazer novas amizades enquanto se jogava umas cartadas e almoçava.

A cerca de 2 horas para a abertura de portas já se avistavam algumas dezenas de pessoas junto á entrada do recinto, enquanto muita gente ainda acordava ou estavam a descontrair á espera de mais um dia de peso, estas figuras que estavam na porta só sabiam berrar e a dizer cenas sem anexo, como se previa o ambiente estupido que se verifica sempre em festivais como Rock In Rio e em concertos de certas bandas da moda (Metallica, Slayer, Megadeth, Machine Head, etc) infelizmente chegou ao Vagos.. não sei se essas mesmas pessoas se aperceberam mas toda a gente que estava na zona de campismo e na zona de comes e bebes pensou que aquelas alminhas só estavam a passar figuras tristes, ate os próprios seguranças falavam entre si para se abrir as portas mais cedo só para que as pessoas se calassem.. 

Pondo de parte este infeliz momento que mais ninguém se quer lembrar, assim que esses ‘fás’ entraram chegou a hora do resto do pessoal começar a entrar, sem pressas a maioria das pessoas la foram entrando para reservar o seu lugar, outras como eu foram dar mais uma vista de olhos á zona de merch, no dia anterior só tive tempo de comprar a já obrigatória tshirt do festival, mas este ano ate pareceu que havia menos oferta entre o merch em comparação com o ano passado em que havia mais quantidade e diversidade.

Do 2º só prestei devida atenção a partir de Coroner, do que ouvi de Mindlock eles são um rip-off bem fraco de Pantera, dá para aquecer o pessoal mas nada de mais. Chthonic ate se ouviu bem enquanto se bebia uns copos e Textures do que ouvi é como o que fazem em estúdio, não consigo gostar, é só mesmo para fãs.

Após mais umas horas de convívio e rever amigos chegou a hora de levantar das mesas e ver do que os Coroner so feitos, deles só tinha ouvido umas 2 musicas que me tinham mostrado e que eu acabei por gostar, mas sinceramente não esperaria um concerto tao bom, mistura de Thrash, Heavy e Prog única, os 16 anos de inatividade não abrandou a banda.

Golden Cashmere Sleeper, Part 1
(Intro only)
Internal Conflicts
Serpent Moves
Masked Jackal
Status: Still Thinking
Metamorphosis
Die by My Hand
The Lethargic Age
Semtex Revolution
Gliding Above While Being Below
Divine Step (Conspectu Mortis)
Grin (Nails Hurt)
The Invincible

Os Americanos Overkill acabaram por ser uma boa surpresa e fizeram as delícias da comunidade Thrash que se deslocou este ano ao V:O:A:. As espectativas em torno deste concerto eram enormes, não fossem os albums Ironbound (2010) e The Electric Age deste ano algumas das melhores propostas a nível de Thrash Metal a serem lançados nos últimos anos.

‘Electric Rattlesnake’, ‘Ironbound’ e o clássico ‘Rotten to the Core’ foram motivos mais que suficientes para se verificar uma enorme loucura no epicentro do publico, mas foi a cover ‘Fuck You’ – original dos The Subhumans – que pôs o Vagos inteiro a berrar em uníssono num final de concerto que acabou por superar todas as expectativas, mas que se viu um Bobby Ellsworth na voz a mostrar sinais claros que a idade já pesa.

Come and Get It
Bring Me the Night
Elimination
Wrecking Crew
Electric Rattlesnake
Hello From the Gutter
Ironbound
Save Yourself
Necroshine
Old School
In Union We Stand
Rotten to the Core
Fuck You
(The Subhumans cover)

No dia anterior tivemos o maior nome do Death Metal Melódico, no segundo tivemos a banda que tem vindo ao longo dos anos redefinido essa sonoridade, falo pois de Arch Enemy, esta foi a terceira vez que os vi e foi notório ver que com o passar dos anos eles estão cada vez melhores, mas embora estando melhores a nível técnico e no sentido de conseguirem empregar mais agressividade, também vê-se bem que a banda tem estado muito em modo automático nos últimos anos.

Nem com um Daniel Erlandsson na bateria com uma mão partida os abrandou. Para Michael Amott foi a segunda vinda dele ao Vagos Open Air, tendo sido a primeira em 2010 com Carcass. Com uma set um pouco curta para um cabeça de cartaz, a banda percorreu um pouco pela discografia toda, os clássicos ‘Ravenous’, ‘Dead Eyes See No Future’, ‘We Will Rise’ e ‘Nemesis’ juntamente com a ‘No Gods, No Masters’ da mais recente proposta da banda Khaos Legions, foram as músicas com mais destaque de um concerto em que se espera melhor e que no final ate poderia acabar mal quando se viu Angela Gossow com uma bandeira da Espanha na mão, algo que muitos presentes não repararam porque ela foi avisada a tempo e largou-a no chão antes de a erguer no ar, so deus sabe como seria a reação das pessoas neste que foi o ultimo concerto do Vagos Open Air 2012.

Yesterday is Dead and Gone
Ravenous
My Apocalypse
Bloodstained Cross
The Day You Died
Under Black Flags We March
Dead Eyes See No Future
Guitar Solo
Silent Wars
No Gods, No Masters
Dead Bury Their Dead
We Will Rise
Snow Bound
Nemesis
Fields of Desolation

Final de mais uma edição do Vagos Open Air, mais uma edição de estreia para muitos presentes que certamente se irão juntar em mais futuras edições de um festival que não para de se afirmar a nível nacional. Que para o próximo ano a qualidade se mantenha e que as surpresas de última hora como foi Nasum continuem para gaudio de muita gente amante das sonoridades mais extremas.

Quem quiser ler a review da edição do ano passado é só carregar neste link: Vagos Open Air 2011: A Viagem

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Russian Circles + Deafheaven no Musicbox 13/05/2012



Para muitos dos presentes, os Deafheaven eram uma banda desconhecida, mas pelas conversas que se ouviu na fila de entrada notou-se que havia pessoas que ate foram mais para ver esta banda que nos últimos tempos tem vindo a destacar-se com o seu Post-Rock cruzado com Black Metal e Shoegaze, quase que podemos dizer que são uns Alcest mais pesados.


Roads to Judah, o ano passado, surpreendeu o mundo com a sua incrível potencia, este tipo de sonoridade por vezes chega a sofrer quando é transportado para um palco, mas neste aspeto os Deafheaven conseguiram surpreender, todos os instrumentos ouviram-se na perfeição, em relação á voz só falta estar um nível ou dois acima no volume para que se ouvisse tudo em conjunto na perfeição, mas mesmo pondo isso de parte os Deafheaven chegaram e arrasaram.


“Violet”, “Language Games” e “Unrequited” do album Roads to Judah fizeram as delicias dos fãs da banda, para o ‘grand finale’ só faltava terem tocado a “Tunnel of Tree”, musica que completa o Roads to Judah, mas a banda preferiu tocar “Exit: Denied”, musica retirada da primeira demo da banda lançada em 2010, a escolha ate se compreende, a banda não quer andar sempre a tocar o álbum todo na integra, mas deviam ter tocado esta musica no meio de uma das outras, apos uns 30 minutos diabólicos, os 10 minutos finais da atuação dos Deafheaven chegaram a ser aborrecidos, ‘nonetheless’, foi um grande concerto de uma banda que ainda tem apenas 2 anos de actividade.

Violet
Language Games
Unrequited
Exit: Denied

A um mês de fazer um ano desde que passaram por ca juntamente com a banda japonesa Boris, eis que os Russian Circles regressam ao nosso país como cabeças de cartaz. Quem os viu com os Boris certamente que achou este concerto meio monótono, antes dizer o porquê devo dizer que os elementos que compõe os Russian Circles continuam como sempre a manter uma qualidade elevada, Mike Sullivan na guitarra debita qualquer riff possível e impossível, Dave Turncrantz é um monstro por detrás de uma bateria tao pequena e o baixo do Brian Cook dá um prazer enorme ouvir quando sabemos que o baixo hoje em dia raramente se ouve seja qual for o estilo musical.


Agora em relação ao concerto ter sido ‘meio monótono’, dois pontos, as pausas entre as músicas continuam a ser enormes, tal como no concerto o ano passado foi notório que podiam incluir facilmente mais umas 2 músicas dentro do tempo que tinham disponível, o outro ponto é que a setlist desde concerto foi bastante semelhante ao concerto do ano passado, das 8 músicas de ontem, 5 já tinham sido ouvidas o ano passado.


“Harper Lewis” e “309” são verdadeiras bombas ao vivo, mas assim que levamos com “Geneva” em cima o nosso pescoço já começa a doer, ainda nem tínhamos chegado a meio e o ambiente já estava fantástico. Com a “Youngblood” já se via pessoas a fazer ‘air drums’ e “Mladek” provou ser uma das melhores faixas do último trabalho. Mas foi com a já mítica “Death Rides A Horse” no encore que toda a gente fez headbang.

Carpe
Harper Lewis
309
Geneva
Batu
Youngblood
Mladek
Death Rides A Horse

Fotos cedidas por Nuno Bernardo

domingo, 6 de maio de 2012

Jurassic Club Fest 2012: Vans OTW Music Stage - Dia 5 de Maio (Napalm Death + Holocausto Canibal + Atentado + Adamantine + First Class Tragedy)



Um festival que tem cinco bandas por dia e não consiga respeitar os horários só pode mesmo acabar mal, a hora anunciada para o início dos concertos era às 19:30 algo que foi adiado ate depois das 21 horas (pelo que me foi dito isto também aconteceu no dia anterior), mesmo sofrendo este atrasado enorme a noite ate correu de feição cheia de grandes momentos. 

Entre os intervalos das bandas ouviu-se Iron Maiden, mais concretamente a coletânea lançada o ano passado From Fear to Eternity, que reúne as melhores musicas da banda de 1990 a 2010, vendo muitos dos presentes cantarolar e a fazerem air guitars é de supor que ainda são algumas pessoas que gostem da fase mais recente da banda Inglesa.

Às 21:10 e com o Santiago Alquimista ainda só com cerca de quatro a cinco dezenas de pessoas no público, entram os First Class Tragedy em palco para um concerto de pouco mais de 20 minutos, o som de Hardcore que esta banda de Ansião produz é do mais genérico que existe, sabendo que no final da noite iam estar Holocausto Canibal e Napalm Death, os First Class Tragedy acabaram por ser uma aposta fraca para este dia.

Tragedy
With Our Eyes Closed
A Brighter Future
Love.Hope Faith
Light
Hope
Till The End
The Medicine

Os Adamantine com o seu Thrash Metal moderno também pareciam ser inicialmente uma aposta fraca mas não foi isso que se notou, com apenas 25 minutos disponíveis deram um concerto solido e com o público a responder em grande às suas músicas. “Disciple” dos Slayer demorou a ser reconhecida pelo público, mas assim que André Bettencourt, vocalista dos Adamantine, berra literalmente ‘God Hates Us All, God Hates Us All’, foi o suficiente para por o público em estado de loucura.

Chaos Genesis
Death Comes To Us All/Voodoo (tocadas sem intervalo)
Disciple (Slayer)
Thrash and Devastate

Para quem não os conhece, os Atentado existem desde que a banda de Grindcore Atrofiados acabaram no princípio dos anos 90, o inicio de carreira não foi fácil, os fãs dos Atrofiados não gostaram da mudança de Grindcore para o Crust/Punk levando ao fim da muita curta carreira dos Atentado, o ano passado, o baixista Pedro do Vale decidiu tirar a banda da reformar e gravar algumas musicas e dar concertos.

Com apenas um álbum ainda na bagagem os Atentado mostraram que ao contrário da primeira banda do dia eles não estavam ali para brincar, Crust/Punk sempre a rasgar com músicas rápidas e curtas do registo Paradox deram origem a grandes momentos de mosh. 

Towers of Disgust
Dust
Victimized
Sea of Confusion
Minus One
Dogma Destroyer
Burn Hollywood Bun
Iatrogenocide
No Glory
Wheel of Life (Anti-Cimex cover)
Corrosive
Downfall

Com Napalm Death no cartaz os Holocausto Canibal foram a escolha perfeita para servir de aperitivo, a banda de Rio Tinto tem sido uma das bandas mais ativas do nosso país nos últimos anos e trabalhos como Sublime Massacre Corpóreo e Opusgenitalia tem feito as delícias de muitos fãs de música ‘Gore’.

18 Musicas, 40 minutos (equivalente a um registo desta banda), prestação bem solida, o público sempre a fazer o que lhes competia, Gorefilia sendo o álbum mais recente foi o mais tocado, “Objectofilia Platonica”, “Afogada em Vomito”, “Supremacia Carnívora”, “Lactofilia Destalhada” e “Prepucio Obliterado” foram devastadoras.

Fascinio Paradoxal + Cortex
Objectofilia Platonica
Afogada em Vomito
Amizade Fálica
Supremacia Carnívora
Lactofilia Destalhada
Prepucio Obliterado
Mutilada em 10seg
Violada Pela Motosserra
Perfurada Por Anzois
Orifícios
Trucidada na Paragem
Empalamento
Acrotomofilia Zoofila Requintada
Nojo
Canzana Blenorragica
Putrescencia Necromântica

Devastador, arrebatador, demolidor.. descrevam como bem entender o concerto de Napalm Death, de longe um dos melhores concertos extremos já realizados em Portugal, os reis do Grindcore mundial provaram que são uma das melhores maquinas já criadas.

Em apenas uma hora de concerto injetaram 25 músicas letais, desde o início o público não teve descanso, mosh, stage dive, crowd surf, ambiente perfeito, no meio do público ainda se viu alguns membros de varias bandas nacionais, la bem na frente, a ajudar com as pessoas que faziam stage dive, eram bem reconhecíveis Pedro Pedra e Ivo Martins, vocalista e guitarrista dos Grog, que juntamente com os Holocausto Canibal são as melhores instituições de Brutal Death Metal/Grindcore ca em Portugal, sem dúvida que os Grog ficariam perfeitos neste cartaz.

Tal como Mark "Barney" Greenway apontou desde o início do concerto, a banda tocou músicas de todos os albums, “Errors in the Signals”, “Protection Racket”, “Practice What You Preach”, “Dementia Access”, entre outras, foram todas tocadas com a destruição característica da banda mas foi com o clássico “Suffer the Children” que os tímidos deixaram-se levar pelo espirito e ajudaram a criar o maior circle pit na noite, “Nazi Punks Fuck Off”, cover dos Dead Kennedys foi outro dos momentos da noite.

Para o encore ficou reservado a faixa-titulo do primeiro álbum.. “SCUM”, “Human Garbage”, a já mítica “You Suffer” que mesmo sendo bastante pequena foi sentida por todos e “Instinct of Survival” encerraram uma excelente noite que já ia longa mas que ninguém reparou no tempo passar tal era a rapidez com que as músicas foram interpretadas.

Circumspect 
Errors in the Signals 
Everyday Pox 
Can't Play, Won't Pay 
Protection Racket 
Silence Is Deafening 
The Wolf I Feed 
Fatalist 
Practice What You Preach 
Quarantined 
Next of Kin to Chaos 
Analysis Paralysis 
Dead 
Deceiver 
Dementia Access 
When All Is Said and Done 
Unchallenged Hate 
Nom de Guerre 
Suffer the Children 
Breed to Breathe 
Nazi Punks Fuck Off (Dead Kennedys cover)

Encore:
Scum 
Human Garbage 
You Suffer 
Instinct of Survival

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Storm Corrosion - Storm Corrosion



Eis que chega o muito esperado trabalho de colaboração entre dois dos melhores músicos dos últimos anos, Steven Wilson tanto a solo como com os seus Porcupine Tree e Mikael Åkerfeldt e os seus Opeth, têm vindo nos últimos anos a criar música progressiva que irá perdurar durante anos e anos.

Desde 2001 aquando do lançamento do Blackwater Park que Steven Wilson tem vindo a colaborar diversas vezes com os Opeth, entre cantar, tocar piano e guitarra e produzir alguns albums, Steven tem feito um pouco de tudo. Agora, já com uma amizade longa e para gaudio dos fãs que ambos partilham, eis que finalmente se juntam e pegando no seu fascínio conhecido pelo Prog Rock, criam aqui uma mistura com os elementos que ambos usam nas suas bandas.

Este registo foi descrito por Steven como "a parte final de uma estranha trilogia que fica completa com os últimos trabalhos de Opeth e de Steven Wilson a solo, Heritage e Grace for Drowning, respetivamente. Como já referi, este projeto Storm Corrosion acaba por ser no seu todo uma mistura do que já se conhecia dos trabalhos destes músicos, a faixa- titulo e na “Happy” temos um pouco de ambos os mundos, a nível de composição puxa mais para os trabalhos de Steven mas a secção rítmica com o acústico somos levados para o mundo dos Opeth. “Drag Ropes” e “Hag” respiram fortemente a Porcupine Tree e “Lock Howl” mais parece uma música feita pelo Opeth nas gravações do Heritage.

Olhando para os músicos envolvidos e sabendo o vasto conhecimento musical que possuem, seria de esperar algo um bocado diferente. Um dos pontos fracos aqui, juntamente com as excessivas passagens atmosféricas, é que Mikael Åkerfeldt pouco ou nada canta, agora que finalmente aprendeu a cantar e bem com voz limpa, algo muito criticado no último registo dos Opeth, aqui ele mal se ouve. Agora que já foi desvendado o que aqui está, e vendo que afinal não é uma obra-prima como muita gente esperava, só queremos é que ambos regressem às suas bandas/projetos e continuem a boa musica que tem feito nos últimos 20 anos. 8.3

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Before the Dawn - Rise of the Phoenix


‘Porra, mas este homem não tira férias?’, isto é o que alguém que sabe quem é Tuomas Saukkonen pensa dele. Entre lançamentos com os Before the Dawn, Black Sun Aeon e os mais recentes RoutaSielu, este Rise of the Phoenix dos Before the Dawn é o sétimo trabalho (oitavo se contarmos a participação dele como baterista no projeto Finlandes de Deathcore/Thrash Metal, The Final Harvest) que Tuomas lança em apenas em 5 anos.

Tal como todos os trabalhos deste multi-instrumentista Finlandês, este registo tem um enorme trabalho de guitarras com uns riffs bem marcantes e Tuomas Saukkonen afirma-se cada vez mais a cada lançamento como um dos melhores cantores de gutural da atualidade. Mais uma vez os países Nórdicos mostram ao mundo como se faz bom Death Metal Melódico capaz de agradar ate aos mais puristas ouvintes de Metal que rejeitam completamente tudo que tenha voz gutural.

Não há muito a destacar neste trabalho, no geral é mais um bom trabalho de um músico que já se viu que tem muito para deitar ca para fora e que ainda vai demorar mais uns anos ate descansar um pouco. As músicas fluem de uma maneira incrível quando prestamos atenção a todos os pormenores de guitarra aqui incorporados, em todas as músicas encontramos pormenores deliciosos, “Throne Of Ice”, “Perfect Storm”, “Phoenix Rising”e a música final “Closure” são os melhores exemplos. 8.4

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Korpiklaani + Trollfest + Gwydion na Republica da Musica 17/04/2012



Cerveja/Beer, Hidromel, Tequila e Vodka, estas foram as palavras da noite que marcaram uma excelente noite de Folk na Republica da Musica. Antes da entrada houve á porta do recinto, muito convívio, muitos litros de cerveja digeridos e autógrafos e fotos conseguidos com Jonne Järvelä, vocalista e guitarrista dos Korpiklaani.

São poucos os concertos realizados na Republica da Musica em que o som fica com um nível minimamente decente, os da noite passada foram de longe os que melhor som já pude ouvir na sala de Alvalade, nem muito alto nem muito baixo, vozes ouvidas na perfeição.

A abertura foi reservada para a maior banda de Folk a nível nacional, os Gwydion. Apos terem aberto o concerto dos Turisas o ano passado em Corroios, eis que a banda Lisboeta recebe um convite da maior banda de Folk a nível mundial. Como se pode notar nas fileiras da frente do público, eram muitos os conhecedores da música destes guerreiros que tem vindo a crescer de ano para ano.

Fara I Viking
From Hel to Asgard
Mead of Poetry
Triskelion Horde is Nigh
Oddhin´s Cult
Six Trials to become a Beerzerker

De seguida vieram os Noruegueses Trollfest que tem vindo a acompanhar os Korpiklaani pela Europa fora, no final do concerto foi impossível não notar que eles são de longe uma das bandas mais loucas que já passaram pelo nosso país, via-se que faltava uns quantos parafusos aos elementos da banda e com o passar do tempo isso só ajudou a criar um ambiente de pura loucura ao longo do concerto. Sendo desconhecidos da maioria dos presentes, os Trollfest nem reparam nisso e graças á sua energia contagiante e a um Trollmannen (vocalista) bastante comunicativo, realizaram um grande concerto.

De certeza que ninguém estaria á espera de ver tamanha loucura da parte do público, antes de a banda entrar em palco soou a intro “Trollkamp”, com a sua composição de circo do mais freak possível, pôs toda a gente pronta para estremecer a Republica da Musica. “Legendarisk Ol”, “Die Verdammte Hungersnot” e “Den Apne Sjo” deram motivos a muita gente para se mexerem, e mexer digo circle pits, stage dives e crowd surf, para quem não se queria meter nisto nada melhor que uns passos de dança com um copo de cerveja na mão.

Todas as bandas tiveram direito a bebida grátis, assim que acabava uma música alguém do público aparecia junto às grades a oferecer um copo de cerveja, Trollmannen, provou ambas as cervejas disponíveis, Super Bock e Sagres, levando a diversos comentários pelo público sobre qual a melhor.

Pela reação do publico, a musica “Der Jegermeister” é musica mais conhecida dos Trollfest, mas foi “Gjetord” com ajuda do público que roubou o titulo para melhor momento do concerto dos Trollfest, Trollmannen, vocalista dos Trollfest, foi sempre bastante comunicativo e sempre soube como puxar pelo publico e devem ter sido poucas as pessoas que não ajudaram no refrão na “Gjetord” de cada vez que o microfone era virado na direção do publico para se ouvir a plenos pulmões uns valentes ‘hey’.

Intro: Trollkamp
Legendarisk Ol
Brakebein
Die Verdammte Hungersnot
Karve
Den apne sjo
Du kom for seint
Jegermeister
Gjetord
Korstog/uraltes elemtene
Essenfest
Garm

Que dizer do concerto de Korpiklaani, se nos concertos de Gwydion e Trollfest ainda havia pessoas que não tinham entrado no espirito da festa então as “Hunting Song”, “Journey Man” e “Cottages and Saunas” puseram toda a gente a celebrar e a esquecer que no dia a seguir tinham que ir trabalhar ou estudar. “Juodaan viinaa”, uma cover de Hector Veikko serviu para se mostrar uns quantos passos de dança. “Lonkkaluut”, “Kipumylly”, “Vaarinpolkka”, não há muitas maneiras de descrever estas músicas quando são tocadas as vivo, foram feitas de propósito para se celebrar de todas as maneiras e feitos possíveis. ‘What do you want do drink?’ deu o mote para “Vodka”, uma das muitas músicas dos Korpiklaani com referência a uma bebida.

Por incrível que pareça, a “Iron Fist” dos Motörhead demorou um pouco a ser reconhecida pelos presentes, mas assim que se fez um click na cabeça de cada pessoa foi mais um momento para perder mais uns litros de suor. A noite já ia longe, quando as forças já eram poucas e o calor dentro da sala estava como se fosse um dia de verão com a temperatura acima dos 30º, eis que a banda arrebenta com a sequência preferida de toda a gente, “Tequila”, “Happy Little Boozer” e “Beer Beer”, com isto as dores desapareceram, as forças foram redobradas e o circle pit ficou ainda mais frenético e maior.

No fim do concerto só se pode desejar que os Korpiklaani e os Trollfest voltem o mais depressa ao nosso país, são concertos assim que faz uma pessoa sair de casa e saber que é dinheiro bem gasto.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Yossi Sassi - Melting Clocks


Qualquer pessoa que tenha entrado em contado com música Oriental feita por bandas de Metal já ouviu falar no guitarrista Yossi Sassi. Os Orphaned Land, banda onde Yossi é o guitarrista principal e um dos seus principais compositores a par do vocalista Kobi Farhi, são a banda do género que tem vindo a receber mais atenção graças á sua fusão perfeita entre Death Metal Progressivo com as influências orientais, influencias essas que são incluídas graças aos vastos conhecimentos de Yossi Sassi sobre diversos instrumentos de cordas.

Neste seu projeto a solo, Yossi, chama alguns amigos, o mais sonante é sem dúvida Marty Friedman, ex-Megadeth, e claro, tal como nos Orphaned Land, ele aqui também usa as suas ferramentas prediletas como o Saz, Bouzouki, Oud e Chumbush. Este Melting Clocks (possível referencia ao trabalho ‘A Persistência da Memória’ de Salvador Dalí) é uma viagem única pelo mundo graças aos instrumentos tradicionais aqui incorporados.

Tal como o músico indica no seu site: “Todos temos a nossa rotina, a nossa vida no dia á dia – mesmo que cada dia pareça semelhante, embora diferente, do dia anterior.. Melting Clocks é um trabalho conceptual sobre a vida, possivelmente a SUA vida, em cada dia.”. Deixo aqui como ele descreve  a sua criação explicando o que significa cada faixa:

  “Este dia começa com o despertar de uma nova manhã ("Drive"), enquanto você está sendo elaborado a partir de um fragmento de um sonho, com a visão de campos infinitos sobre o nascer do sol ("Fields of Sunrise").

A realidade ataca assim que você fizer o seu caminho para onde você precisa de estar e bate o tráfego denso nas estradas. Enquanto você negocia a hora de ponta de manhã, os pensamentos da sua verdadeira vocação estão subindo dentro de si ("The Calling: Rush Hour").

As notícias trazem dados e estatísticas intermináveis​​ em vez de empatia – o nosso é um mundo de números – palavras tornam-se poucas ("Numbers’ World").

Os pensamentos assumem controlo durante o meio-dia ("Melting Thoughts"). Você pode se sentir que você não é bom o suficiente ("Ain’t good enough"). Assim que o dia se desenrola, os pensamentos da sua rotina assumem controlo ("The Routine").

Você se sente como se você fosse incapaz de seguir seus sonhos e acender sua alma, mas a verdade é que você pode! ("Sahara Afternoon").

O pôr-do-sol anuncia o encerrar do dia, e finalmente você é capaz de relaxar um pouco ("Sunset"). Você sente esperança para um amanhã melhor – ainda assim, sente que é quase certo que, muito provavelmente, amanhã será mais um dia do mesmo ("Simple Things").

Noite – quase hora de dormir – e as coisas simples parecem tão complicadas. Você enfrenta os seus demônios e medos, como os relógios que você construiu para si mesmo estão derretendo. Você deixa-se mergulhar no sonho mais uma vez, apenas para acordar na manhã seguinte para mais um dia ("Melting Clocks")."

Este não é o típico album instrumental em que ouvimos um guitarrista a querer dizer que é o mais rápido ou o mais técnico, ou então que repete o que faz na sua banda, aqui Yossi toca com todo o prazer de sempre (basta verem Orphaned Land ao vivo, ele toca sempre a sorrir) e mostra que os seus gostos pessoais são alem fronteiras e consegue, com sucesso, implementar isso tudo num só registo que vai agradar a todos os ouvintes, sejam eles de rock, metal ou ate mesmo jazz. 8.8


quinta-feira, 22 de março de 2012

Overkill - The Electric Age


Ao contrário das bandas mais populares do género como os Metallica, Megadeth, Slayer e Anthrax, entre outras, os Overkill (juntamente com os Testament e ate podemos incluir os Exodus) não tem ficado presos ao passado e tem vindo nos últimos anos a lançar música com qualidade e ainda mais rápida e letal do que antes.

Apesar de os Overkill sempre terem sido uma banda muita ativa e de o The Electric Age ser o 15º álbum a ser lançado, a banda sempre foi menosprezada pela comunidade metaleira, mas graças aos últimos lançamentos repletos de qualidade a banda tem vindo a demostrar a muita gente o que tem vindo a perder. The Years Of Decay e Horrorscope são para muitos fãs as obras-primas da banda mas Immortalis e o brilhante Ironbound de 2010 pôs os Overkill na lista das bandas cuja carreira já vai longa mas que ainda tem mais algo a dizer.

Tal como o Ironbound, The Electric Age é mais uma descarga de puro Thrash Metal old school sempre a rasgar. A primeira faixa intitulada “Come and Get It” é tal como o nome indica, venham ca e preparem-se para o que ai vem, de certeza que irá ter as honras de abrir os concertos da tour deste ano. Na “Electric Rattlesnake” é impossível não ficamos surpreendidos quando a meio rebenta um riff á Black Sabbath, simplesmente delicioso.

The Electric Age destaca-se como um todo e é um registo perfeito para um regresso ao passado, “Black Daze”, “21st Century Man” e “All Over But the Shouting” relembra os gloriosos tempos do Heavy/Thrash nos anos 80’. Mesmo com Metallica, Sepultura e Kreator na edição do Rock In Rio deste ano, o Thrash Metal vai ter como palco principal o Vagos Open Air deste ano, de certeza que os Overkill vão proporcionar um grande espetáculo e a sua tshirt, que critica os Avenged Sevenfold por terem copiado a sua mascote Chaly, deverá ser um dos objetos mais requisitados. 8.4

Come and Get It
Electric Rattlesnake
Wish You Were Dead
Black Daze
Save Yourself
Drop the Hammer Down
21st Century Man
Old Wounds, New Scars
All Over But the Shouting
Good Night

terça-feira, 13 de março de 2012

Anathema - Weather Systems



Quando se fala em música emotiva os Anathema são sempre uma das primeiras bandas a serem mencionadas graças a albums como A Natural Disaster e o brilhante We're Here Because We're Here, que já data de 2010, volvidos dois anos e duas passagens pelo nosso pais, eis que a banda Liverpool regressa com a mesma intensidade.

O We're Here Because We're Here mostrou os Anathema a irem por outros caminhos mais lentos dentro do Rock Progressivo, algo que não agradou a muitos fãs da banda, independentemente das críticas que o álbum recebeu não impediu de se tornar num dos melhores registo de Rock Progressivos dos últimos tempos ao lado da dupla Road Salt dos Pain Of Salvation, do Heritage dos Opeth e do Grace for Drowning Steven Wilson. Steven Wilson esse que chegou a produzir o We're Here Because We're Here, mas agora como anda ocupado com o seu projeto Storm Corrosion com Mikael Åkerfeldt não deu aqui o seu contributo.

Este Weather Systems mantem os Anathema na linha do Rock Progressivo. Nesta critica vou apenas falar das faixas que para mim se destacam mais, a faixa inicial “Untouchable” tem duas partes, a primeira parece que a banda foi buscar inspiração ao Post-Rock devido á sua composição ‘on growing’, na segunda parte Lee Douglas mostra a sua importância na banda. Depois de meio deste trabalho encontramos “The Storm Before the Calm” soa a algo saído de um registo dos Nine Inch Nails e “The Beginning and the End” é capaz de ser a musica mais emocional que aqui encontramos e é mais um exemplo perfeito da grande qualidade das letras dos Anathema, “And somewhere inside is the key / To everything I want to feel / But the dark summer dawns of my memory / Are lost in a place that can never be.”.

No geral é um grande registo e mais versátil que o We're Here Because We're Here, gostava de falar um pouco mais do álbum mas vou deixa-lo falar por si mesmo, vai sem duvida para a lista de melhores do ano como já é habitual a cada lançamento dos Anathema. 9.1

Untouchable, Part 1
Untouchable, Part 2
The Gathering of the Clouds
Lightning Song
Sunlight
The Storm Before the Calm
The Beginning and the End
The Lost Child
Internal Landscapes

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Dream Theater + Periphery no Coliseu dos Recreios 27/02/2012



Os Periphery foram chamados para serem a banda de abertura, a sua sonoridade é interessante, em termos instrumentais misturam a técnica extrema de uns Meshuggah e de uns Gorod com o virtuosismo de uns Animals As Leaders e claro dos senhores da noite, Dream Theater. O ponto fraco da prestação dos Periphery acabou por ser a voz, o vocalista Spencer Sotelo usa diferentes registos de voz e em praticamente todas as músicas mal se ouviu a sua voz quando ele cantava num registo limpo, e ate mesmo os seus growls não combinavam bem com o tempo das musicas, o concerto dos Periphery foi só mesmo para fãs.

New Groove
Letter Experiment
Jetpacks Was Yes
Buttersnips
Icarus Lives
Racecar

A amizade entre os Dream Theater e Portugal é algo que todos os fãs da banda conseguem reconhecer, aliás, eles são das poucas bandas de renome mundial que quando vão em tour nunca se esquecem de vir ao nosso pais, uma das provas disso foi que o concerto o ano passado no Coliseu do Porto foi dos poucos que a banda deu num recinto numa tour em que estava previsto só tocarem em festivais.

O álbum A Dramatic Turn of Events lançado o ano passado recebeu críticas muito divergentes de todas as partes do mundo, mas esta tour tem vindo a provar que o este primeiro trabalho lançado desde a saída de Mike Portnoy é um álbum bem solido e quando transposto para cima de um palco consegue igualar com o resto da grandiosa discografia da banda Norte-America.

Tal como o ano passado no Porto este ano a musica “Dream Is Collapsing” que Hans Zimmer fez para o filme Inception fez as honras de abertura á medida que foi projetado uma pequena animação que figurava a banda no momento atual da carreira com o seu novo baterista Mike Mangini. A noite era de promoção ao novo trabalho por isso “Bridges in the Sky” e “Build Me Up, Break Me Down” deram início a um concerto de mais de duas horas, algo simples para uma banda que já teve momentos da carreira em que fazia concertos acima das três horas.

“The Root of All Evil”, uma música retirada do que é considerado por muitos fãs o ultimo grande álbum da parte dos Dream Theater serviu como entrada para um dos momentos da noite, o provar de que Mike Mangini não é um mero substituto mas sim um musico excecional, com um solo de bateria a percorrer a sua gigantesca bateria fez o publico vibrar por diversos momentos. A ponte temporal criada pelas músicas “A Fortune in Lies” “Outcry” (para quem não sabe são musicas do primeiro e do ultimo registo da banda respetivamente) serviu como um encerrar da primeira parte do concerto.

“The Silent Man” do Awake e “Beneath the Surface” do último trabalho foram tocadas num pequeno momento acústico só com LaBrie e Petrucci. “War Inside My Head” e “The Test that Stumped Them All” representaram o Six Degrees of Inner Turbulence, as musicas são a 3º e 4º parte da enorme faixa-titulo da que é a maior musica já gravada pela banda que tem cerca de 42 minutos de duração. A noite já vai longa mas a banda ainda tem uns trunfos na manga, diretamente do Metropolis Pt. 2 - Scenes from a Memory, para muitos, o melhor álbum da banda e ate mesmo do panorama Metal Progressivo, veio “The Spirit Carries On” com direito a coro da parte do público que compôs bem a sala lisboeta.

Com um solo de abertura dividido entre Petrucci e Ruddess, “Breaking All Illusions” (do ultimo álbum é a musica preferida deste critico) mostrou na sua totalidade o que muita gente já o sabe, os Dream Theater são uma máquina bem oleada, a sua música pode não agradar a toda a gente mas ninguém consegue ficar indiferente á qualidade destes músicos. John Petrucci é o mestre que é, o sempre tímido John Myung continua a mostrar qualidade de ano para ano, James LaBrie é um dos pontos que faz muita gente não gostar de Dream Theater mas a sua voz resulta bem com a musica virtuosa dos DT, Jordan Rudess é o brincalhão de serviço e Mike Mangini foi o mais aplaudido da noite. Já passava da 00:00 quando a banda tocou o que é considerado o seu grande clássico, “Pull Me Under”. Fecho em beleza, Dream Theater não sabem o que é falhar.

Bridges in the Sky
6:00
Build Me Up, Break Me Down
Surrounded
The Root of All Evil
(solo de bateria)
A Fortune in Lies
Outcry

Set acustico:
The Silent Man
Beneath the Surface

On the Backs of Angels
War Inside My Head
The Test that Stumped Them All
The Spirit Carries On
(Petrucci / Ruddess Solo Intro)
Breaking All Illusions

Encore:
Pull Me Under

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Alcest + Les Discrets + Sorror Dolorosa no Hard Club 14/02/2012



Muita gente faz todos os anos viagens para irem a concertos espalhados pelo pais, mas quando se fala em bandas com nome ainda algo que desconhecido da população em geral, são poucas as que tem capacidade de levar uma pessoa a percorrer longas distâncias, os Alcest fazem parte desse lote talvez pelo facto de serem os criadores de um género musical ou por simplesmente fazerem música bela digna de ser ouvida.

Soror Dolorosa com a sua música New Wave/Gothic Rock a fazer lembrar uns Joy Division ou uns Bauhaus, mas numa onda mais progressiva, abriram e bem a noite, foram retiradas musicas tanto do seu EP de 2009 Severance e do álbum lançado o ano passado Blind Scenes. Concerto sem falhas do início ao fim que teve como espectador Neige, líder dos Alcest e baixista dos Les Discrets. Os Les Discrets e Alcest partilham diversos membros, Neige nos Alcest é um faz tudo, nos Les Discrets é o baixista, Winterhalter é o baterista oficial de ambas as bandas e Zero é o guitarrista e back-vocals de serviço quando as bandas se lançam á estrada. Com Fursy Teyssier a liderar, a banda mostrou-se competente ao interpretar musicas do Septembre et Ses Dernières Pensées de 2010.

Setlist de Les Discrets:

L'échappée
Les Feuilles de l'olivier
La Nuit muette
Le Mouvement perpétuel
La Traversée
Gas In Veins (Amesoeurs)
Song For Mountains

Eis que chega a hora do nome forte do género intitulado de ‘black-gaze’. Bandas cuja musica tem momentos de distorção normalmente chegam a ter bastantes problemas quando levam a musica para o palco, bandas como Kylesa, Mastodon e muitas de Black Metal enfrentam sempre o problema de não conseguirem reproduzir bem o que criam em estúdio, no caso dos Alcest também acontece o mesmo problema, mas quis o destino que neste concerto as falhas fossem mínimas, fosse em voz limpa ou ‘black metal vocals’, foram raros os momentos em que houvesse problemas de som, só a bateria soou mais alto que o resto dos instrumentos, mas isso só ajudou a levar o publico a prestar atenção ao excelente trabalho feito por Winterhalter ao longo da noite.

Como a tour é em promoção ao álbum lançado este ano, LesVoyages de l'Âme, “Autre Temps”, single avançado ainda em 2011 e a eximia “Là où Naissent les Couleurs Nouvelles”, tiveram as honras de iniciar o que veio a ser um concerto cheio de emoções. “Les Iris” e “Printemps Éeraude”, do clássico álbum Souvenirs d'un Autre Monde de 2007, fizeram as delícias de muitos presentes. A faixa-titulo do último registo abriu as portas para a primeira parte de “Écailles de Lune”

Ao longo do concerto Neige fez sempre questão de agradecer e sublinhou que as vindas dos Alcest a Portugal são sempre marcadas por salas cheias. Outra nota a destacar é a humildade e timidez de Neige quando ouvimos uma mulher a chama-lo e ele olhou com olhar tímido e esboçou um pequeno sorriso. A bela “Sur l'océan couleur de fer” pôs alguns presentes a chorar, literalmente. Tal como foi apontado e notado no concerto, o som das vozes esteve no ponto, “Là où Naissent les Couleurs Nouvelles” ja tinha mostrado isso, mas “Percées de Lumière” confirmou-o. Para o encore, “Souvenirs d'un Autre Monde” “Summer's Glory”. Concerto perfeito do início ao fim, sem grandes falhas de registo, é concertos assim que se quer mais no nosso pais.

Autre temps
Là où naissent les couleurs nouvelles
Les Iris
Les Voyages de l'âme
Printemps émeraude
Écailles de lune (Part I)
Sur l'océan couleur de fer
Ciel errant
Percées de lumière

Souvenirs d'un autre monde
Summer's Glory

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Swallow The Sun - Emerald Forest And The Blackbird

Após terem lançado, o que é provavelmente, o melhor registo da carreira, eis que, passados 3 anos do lançamento de New Moon, os Swallow The Sun regressam com novas ideias.

Emerald Forest And The Blackbird (MFATB) foge um bocado do que a banda vinha a fazer, New Moon era numa onda mais obscura, MFATB é mais melódico e um bocado distorcido e em algumas músicas podemos ouvir com maior clareza a qualidade vocal de Mikko Kotamäki que vai ter um ano de 2012 muito cheio, quando não estiver com os Swallow The Sun vai andar certamente com os Barren Earth, um projecto que ele tem juntamente ex. membros de bandas como Amorphis, Moonsorrow e Kreator. Para Março está previsto o lançamento de The Devil's Resolve, o sucessor do brilhante Curse of the Red River que já data de 2010.

Este trabalho abre logo com a faixa-titulo e desde logo nota-se diferenças na composição, com a sua uma intro relaxante e diferentes momentos de explosão entrelaçados com passagens de puro Doom, não haveria melhor maneira de começar esta viagem. Em “This Cut is the Deepest” e “Silent Towers” vemos a qualidade de Mikko Kotamäki ao ouvirmos ele cantar num registo limpo. “Hate, Lead the Way!” roça os campos do Black Metal com as suas guitarras distorcidas e na “Cathedral Walls” podemos escutar a actual vocalista dos Nightwish, Anette Olzon, a dar uma singela contribuição.           

A música dos Swallow The Sun tem muitas semelhanças com a música dos Opeth, e a voz de Mikko Kotamäki consegue ser facilmente confundida com a de Mikael Åkerfeldt, em “Hearts Wide Shut” temos isso mesmo, o bom do acústico que a banda Sueca tem vindo a por muita gente interessada, misturado com guturais poderosos e sentimentais. Ao colaborar nos Barren Earth vê-se que Mikko Kotamäki trouxe um bocado da maneira de compor para os Swallow The Sun, as guitarras a porem melodia no meio de tanta destruição é uma combinação perfeita tal como podemos comprovar na “Of Death and Corruption”.

“Labyrinth of London (Horror pt. IV)” é de longe a melhor musica deste registo porque incorpora tudo o que os Swallow The Sun já fizeram na sua carreira. Esta música dá continuação á incorporação nos albums de musicas inspiradas em filmes B, “Swallow”, “Don't Fall Asleep” e “Lights on the Lake” retiradas dos albums The Morning Never Came, Hope e New Moon respectivamente são as musicas ‘Horror’ que neste registo chegou á 4º parte. “April 14th” e “Night Will Forgive Us”, com toda a calma do mundo, encerram um trabalho que não é fácil de digerir mas que com o tempo pode vir a ganhar o seu estatuto. 8.7

Emerald Forest and the Blackbird
This Cut is the Deepest         
Hate, Lead the Way!            
Cathedral Walls         
Hearts Wide Shut 
Silent Towers 
Labyrinth of London (Horror pt. IV)           
Of Death and Corruption     
April 14th
Night Will Forgive Us