Qualquer pessoa que tenha entrado em contado com música
Oriental feita por bandas de Metal já ouviu falar no guitarrista Yossi Sassi. Os
Orphaned Land, banda onde Yossi é o guitarrista principal e um dos seus
principais compositores a par do vocalista Kobi Farhi, são a banda do género que
tem vindo a receber mais atenção graças á sua fusão perfeita entre Death Metal
Progressivo com as influências orientais, influencias essas que são incluídas graças
aos vastos conhecimentos de Yossi Sassi sobre diversos instrumentos de cordas.
Neste seu projeto a solo, Yossi, chama alguns amigos, o mais
sonante é sem dúvida Marty Friedman, ex-Megadeth, e claro, tal como nos
Orphaned Land, ele aqui também usa as suas ferramentas prediletas como o Saz,
Bouzouki, Oud e Chumbush. Este Melting Clocks (possível referencia ao trabalho ‘A
Persistência da Memória’ de Salvador Dalí) é uma viagem única pelo mundo
graças aos instrumentos tradicionais aqui incorporados.
Tal como o músico indica no seu site: “Todos temos a nossa
rotina, a nossa vida no dia á dia – mesmo que cada dia pareça semelhante,
embora diferente, do dia anterior.. Melting Clocks é um trabalho conceptual
sobre a vida, possivelmente a SUA vida, em cada dia.”. Deixo aqui como ele
descreve a sua criação explicando o que significa cada faixa:
“Este dia começa com o despertar de uma nova manhã
("Drive"), enquanto você está sendo elaborado a partir de um
fragmento de um sonho, com a visão de campos infinitos sobre o nascer do sol
("Fields of Sunrise").
A realidade ataca assim que você fizer o seu caminho para
onde você precisa de estar e bate o tráfego denso nas estradas. Enquanto você
negocia a hora de ponta de manhã, os pensamentos da sua verdadeira vocação
estão subindo dentro de si ("The Calling: Rush Hour").
As notícias trazem dados e estatísticas intermináveis em
vez de empatia – o nosso é um mundo de números – palavras tornam-se poucas ("Numbers’
World").
Os pensamentos assumem controlo durante o meio-dia ("Melting
Thoughts"). Você pode se sentir que você não é bom o suficiente ("Ain’t
good enough"). Assim que o dia se desenrola, os pensamentos da sua rotina assumem
controlo ("The Routine").
Você se sente como se você fosse incapaz de seguir seus
sonhos e acender sua alma, mas a verdade é que você pode! ("Sahara Afternoon").
O pôr-do-sol anuncia o encerrar do dia, e finalmente você é
capaz de relaxar um pouco ("Sunset"). Você sente esperança para um
amanhã melhor – ainda assim, sente que é quase certo que, muito provavelmente,
amanhã será mais um dia do mesmo ("Simple Things").
Noite – quase hora de dormir – e as coisas simples parecem
tão complicadas. Você enfrenta os seus demônios e medos, como os relógios que
você construiu para si mesmo estão derretendo. Você deixa-se mergulhar no sonho
mais uma vez, apenas para acordar na manhã seguinte para mais um dia ("Melting
Clocks")."
Este não é o típico album instrumental em que ouvimos um
guitarrista a querer dizer que é o mais rápido ou o mais técnico, ou então que repete
o que faz na sua banda, aqui Yossi toca com todo o prazer de sempre (basta
verem Orphaned Land ao vivo, ele toca sempre a sorrir) e mostra que os seus
gostos pessoais são alem fronteiras e consegue, com sucesso, implementar isso tudo
num só registo que vai agradar a todos os ouvintes, sejam eles de rock, metal ou ate mesmo jazz. 8.8
Sem comentários:
Enviar um comentário