quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Vagos Open Air 2012



Pelo segundo ano consecutivo marquei presença na Lagoa do Calvão, Enslaved foi a primeira confirmação que me deixou agradado, uma banda que muito queria ver e que não pude ver na ultima edição do Bracara Extreme Fest. Mas foram as confirmações dos míticos At The Gates e Nasum que me puseram num autêntico estado de ansiedade, duas bandas que eu nunca imaginaria ver na vida finalmente no nosso pais e no mesmo dia, com isto confirmou-se a minha deslocação ao Vagos Open Air.

Os espanhóis Northland embora algo desconhecidos da maioria dos presentes acabaram por ter um receção digna de uma banda que tocasse umas horas depois, muita energia do princípio ao fim que pós em delírio muitos dos presentes, o crowd surf apareceu cedo no V:O:A:.

Where The Heroes Die
Northland
Whispers In The Wind
The Old Town's Inn
Immortal Forest Song
Revenge

Eluveitie aproveitou que o público estava sedento para mais Folk Metal para mostrarem que eles são atualmente a melhor banda do género, com uma set muito virada para o seu último lançamento Helvetios os Eluveitie chegaram, arrasaram e convenceram quem ainda não os conhecia.Com os coros na ‘Alesia’ e a destruição na ‘Kingdom Come Undone’ (com direito a wall of death) do excelente Everything Remains as It Never Was o concerto dos Eluveitie foi muito bom e seguramente fará a banda pensar em ca voltar para uns concertos em nome próprio.

Helvetios
Luxtos
Neverland
Bloodstained Ground
Meet the Enemy
A Rose for Epona
Inis Mona
Alesia
The Uprising
Kingdom Come Undone
Havoc

Que dizer de Enslaved, uma das bandas que mais se tem destacado nos últimos anos graças a registos com uma qualidade enorme. Com uma set extensa os Enslaved mostraram que o Black Metal não é só barulho como muita gente pensa, dentro do espectro Black Metal eles são neste momento das poucas, se calhar ate mesmo única banda que esteve presente no início do movimento e que agora criam música simplesmente única e diversificada mantendo na mesma as características essenciais do género.

‘Ethica Odini’ logo no início foi a intro perfeita para um concerto fora de serie, ‘Ground’ para as senhoras deixou de certeza algumas pessoas que ainda não conheciam Enslaved de boca aberta e a Immigrant Song’ foi sem dúvida um dos momentos do ano, cover mais que perfeita de uma música já mítica original dos Led Zeppelin, o toque ‘Enslaved’ fez um resultado incrível. Para o fim quando se pensava que iriamos ficar pela ‘Allfaðr Oðinn’ a banda toca um dos maiores clássicos do seu catálogo, ‘Isa’ arrepiou e encantou ao mesmo tempo.

Ethica Odini
Raidho
Fusion of Sense and Earth
Ground
Return to Yggdrasil
Giants
Ruun
As Fire Swept Clean the Earth
Immigrant Song (Led Zeppelin cover)
Allfaðr Oðinn
Isa

Em relação a Arcturus apenas digo que não vi o concerto em si, apenas ouvi algumas músicas enquanto jantava e tal como suspeitei, (na minha opinião) ICS Vortex não consegue interpretar as músicas que originalmente foram gravadas com o mítico vocalista dos Ulver, falo de Kristoffer “Garm” Rygg. A minha musica favorita dos Arcturus, a 'Nightmare Heaven', assim que acabou fiquei parvo a pensar no que tinha acabado de ouvir, parecia que tinha sido cantada na zona de campismo por pessoal bêbedo às 4 da manha através de um megafone..

Creio ser impossível discordar quando digo que os At The Gates marcaram a edição deste ano. Assim que a banda se reuniu em 2008, apos mais de 10 anos de inatividade, de certeza que todos os anos, desde que o Vagos se formou, que o festival os tentou puxar ate cá sendo eles a banda mais importante do movimento Death Metal Melódico. A confirmação de ATG vem mostrar uma coisa que o Vagos tem aproveitado sempre que tem sido os regressos e reuniões, em 2009 trouxeram Cynic, 2010 os Carcass, 2011 os Morbid Angel (com um regresso muito criticado), e este ano tivemos uma chuvada, ATG, Nasum, Coroner e Arcturus.

Toda a gente conhece o mítico Slaughter Of The Soul – album que foi tocado quase todo na íntegra – por isso a reação às músicas retiradas desde portentoso álbum fizeram as delícias das pessoas presentes no mosh pit. GO! foi a palavra de ordem para um concerto em que são poucas as palavras que o conseguem descrever. A favorita faixa-titulo, a exuberante ‘Under A Serpent Sun’, a devastadora ‘Suicide Nation’, a inspiradora ‘Blinded By Fear’, a faixa-perfeita-para-arrebentar-com-o-corpo-todo ‘World Of Lies’.. escolham vocês mesmos qual o melhor momento deste mítico concerto que eu não consigo, só sei que nunca mais me vou esquecer do que presenciei.

Slaughter of the Soul
Cold
Terminal Spirit Disease
Raped by the Light of Christ
Under a Serpent Sun
Windows
World of Lies
The Burning Darkness
The Swarm
Forever Blind
Into the Dead Sky
Suicide Nation
Nausea
The Beautiful Wound
Unto Others
All Life Ends
Need

Blinded by Fear
Kingdom Gone

Apos a total destruição que foi At The Gates era de imaginar que seriam poucas as pessoas que ainda teriam forças para testemunhar o concerto dos Nasum e o seu Grindcore, tal coisa veio a acontecer embora muitos corajosos se mantiveram para ver o concerto desta mítica banda e no que toca ao mosh pit mesmo sendo grande contou com um terço das pessoas que tiveram no pit de At The Gates, em relação aos “desistentes” o vocalista Keijo Niinimaa apelidou-os de ‘suckers’ por não terem forças para aguentar mais um concerto.

Sonoridade Grincore e festival ao ar livre.. de certeza que não fui o único a temer que o som iria ser muito mau mas para surpresa das supressas o concerto dos Nasum ate acabou por ter um som melhor que muitos concerto no resto do festival, todos os instrumentos ouviram na perfeição e a voz de Keijo Niinimaa, vocalista dos Rotten Sound prestou a devida homenagem ao antigo vocalista da banda, Mieszko Talarczyk, que faleceu em 2004 no tsunami na Tailândia.

Fecho de noite em grande de um concerto que agradou a muitos presentes que desconheciam Nasum (eu próprio sei de alguns casos), destruição foi a palavra de ordem assim que a fala do filme ‘Andy Warhol's Frankenstein’ de onde a banda retira o nome se ouviu no sistema de som do festival, “..but what we really need now is the perfect.. NASUM”, a partir daqui a banda mostrou quem sempre foram os reis do género, dá mesmo pena que esta mítica banda do Grindcore nunca mais irá atuar ao vivo depois deste ano.

Mass Hypnosis
Scoop
Bullshit
Relics
Shadows
Corrosion
Multinational Murderers Network
Parting Is Such Sweet Sorrow
I See Lies
Tested
Time to Act!
Fury
Wrath
I Hate People
The Black Swarm
Inhale/Exhale

Ao contrario do ano passado na manha de sábado, este ano o tempo esteve perfeito na Lagoa do Calvão, uns quantos raios de sol a romper por entre as arvores enquanto uma brisa suave soprava no ar, melhor era impossível para se estar em boa companhia, começar a trocar impressões sobre o que se viu no dia anterior e aproveitar para fazer novas amizades enquanto se jogava umas cartadas e almoçava.

A cerca de 2 horas para a abertura de portas já se avistavam algumas dezenas de pessoas junto á entrada do recinto, enquanto muita gente ainda acordava ou estavam a descontrair á espera de mais um dia de peso, estas figuras que estavam na porta só sabiam berrar e a dizer cenas sem anexo, como se previa o ambiente estupido que se verifica sempre em festivais como Rock In Rio e em concertos de certas bandas da moda (Metallica, Slayer, Megadeth, Machine Head, etc) infelizmente chegou ao Vagos.. não sei se essas mesmas pessoas se aperceberam mas toda a gente que estava na zona de campismo e na zona de comes e bebes pensou que aquelas alminhas só estavam a passar figuras tristes, ate os próprios seguranças falavam entre si para se abrir as portas mais cedo só para que as pessoas se calassem.. 

Pondo de parte este infeliz momento que mais ninguém se quer lembrar, assim que esses ‘fás’ entraram chegou a hora do resto do pessoal começar a entrar, sem pressas a maioria das pessoas la foram entrando para reservar o seu lugar, outras como eu foram dar mais uma vista de olhos á zona de merch, no dia anterior só tive tempo de comprar a já obrigatória tshirt do festival, mas este ano ate pareceu que havia menos oferta entre o merch em comparação com o ano passado em que havia mais quantidade e diversidade.

Do 2º só prestei devida atenção a partir de Coroner, do que ouvi de Mindlock eles são um rip-off bem fraco de Pantera, dá para aquecer o pessoal mas nada de mais. Chthonic ate se ouviu bem enquanto se bebia uns copos e Textures do que ouvi é como o que fazem em estúdio, não consigo gostar, é só mesmo para fãs.

Após mais umas horas de convívio e rever amigos chegou a hora de levantar das mesas e ver do que os Coroner so feitos, deles só tinha ouvido umas 2 musicas que me tinham mostrado e que eu acabei por gostar, mas sinceramente não esperaria um concerto tao bom, mistura de Thrash, Heavy e Prog única, os 16 anos de inatividade não abrandou a banda.

Golden Cashmere Sleeper, Part 1
(Intro only)
Internal Conflicts
Serpent Moves
Masked Jackal
Status: Still Thinking
Metamorphosis
Die by My Hand
The Lethargic Age
Semtex Revolution
Gliding Above While Being Below
Divine Step (Conspectu Mortis)
Grin (Nails Hurt)
The Invincible

Os Americanos Overkill acabaram por ser uma boa surpresa e fizeram as delícias da comunidade Thrash que se deslocou este ano ao V:O:A:. As espectativas em torno deste concerto eram enormes, não fossem os albums Ironbound (2010) e The Electric Age deste ano algumas das melhores propostas a nível de Thrash Metal a serem lançados nos últimos anos.

‘Electric Rattlesnake’, ‘Ironbound’ e o clássico ‘Rotten to the Core’ foram motivos mais que suficientes para se verificar uma enorme loucura no epicentro do publico, mas foi a cover ‘Fuck You’ – original dos The Subhumans – que pôs o Vagos inteiro a berrar em uníssono num final de concerto que acabou por superar todas as expectativas, mas que se viu um Bobby Ellsworth na voz a mostrar sinais claros que a idade já pesa.

Come and Get It
Bring Me the Night
Elimination
Wrecking Crew
Electric Rattlesnake
Hello From the Gutter
Ironbound
Save Yourself
Necroshine
Old School
In Union We Stand
Rotten to the Core
Fuck You
(The Subhumans cover)

No dia anterior tivemos o maior nome do Death Metal Melódico, no segundo tivemos a banda que tem vindo ao longo dos anos redefinido essa sonoridade, falo pois de Arch Enemy, esta foi a terceira vez que os vi e foi notório ver que com o passar dos anos eles estão cada vez melhores, mas embora estando melhores a nível técnico e no sentido de conseguirem empregar mais agressividade, também vê-se bem que a banda tem estado muito em modo automático nos últimos anos.

Nem com um Daniel Erlandsson na bateria com uma mão partida os abrandou. Para Michael Amott foi a segunda vinda dele ao Vagos Open Air, tendo sido a primeira em 2010 com Carcass. Com uma set um pouco curta para um cabeça de cartaz, a banda percorreu um pouco pela discografia toda, os clássicos ‘Ravenous’, ‘Dead Eyes See No Future’, ‘We Will Rise’ e ‘Nemesis’ juntamente com a ‘No Gods, No Masters’ da mais recente proposta da banda Khaos Legions, foram as músicas com mais destaque de um concerto em que se espera melhor e que no final ate poderia acabar mal quando se viu Angela Gossow com uma bandeira da Espanha na mão, algo que muitos presentes não repararam porque ela foi avisada a tempo e largou-a no chão antes de a erguer no ar, so deus sabe como seria a reação das pessoas neste que foi o ultimo concerto do Vagos Open Air 2012.

Yesterday is Dead and Gone
Ravenous
My Apocalypse
Bloodstained Cross
The Day You Died
Under Black Flags We March
Dead Eyes See No Future
Guitar Solo
Silent Wars
No Gods, No Masters
Dead Bury Their Dead
We Will Rise
Snow Bound
Nemesis
Fields of Desolation

Final de mais uma edição do Vagos Open Air, mais uma edição de estreia para muitos presentes que certamente se irão juntar em mais futuras edições de um festival que não para de se afirmar a nível nacional. Que para o próximo ano a qualidade se mantenha e que as surpresas de última hora como foi Nasum continuem para gaudio de muita gente amante das sonoridades mais extremas.

Quem quiser ler a review da edição do ano passado é só carregar neste link: Vagos Open Air 2011: A Viagem

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